POEMA DE SETE FACES
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na
vida.
As casas espiam os homens
que correm atrĂĄs de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
nĂŁo houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus,
pergunta meu coração.
Porém meus olhos não perguntam
nada.
O homem atrås do bigode é sério,
simples e forte.
Quase nĂŁo conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrĂĄs dos Ăłculos e do
bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu nĂŁo era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo,
seria uma rima, nĂŁo seria uma
solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu nĂŁo devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o
diabo.
Carlos Drummond de Andrade
DisponĂvel
em: https://www.estudopratico.com.br/poema-e-poesia-qual-adiferenca.
II.
Agora Ă© sua vez!! Responda o que se pede:
01.
De acordo com o Texto 01, qual a marca predominante do gĂȘnero lĂrico?
02.
Diferencie poema de poesia.
03.
Com base na leitura do “Poema de sete faces”, responda:
a)
Que sentimento o eu-lĂrico expressa neste poema?
b)
Escolha uma estrofe e faça sua anålise da mesma.
c) Pode-se afirmar
que este poema Ă© um gĂȘnero lĂrico? Justifique sua resposta com marcas do texto.
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