COLÉGIO
ESTADUAL FLORESTAL
EDUCADORA:LÍLIA
MÁRCIA TURMA: 3 NOTURNO
MATÉRIA:
HISTÓRIA
REBELIÕES
NA REPÚBLICA VELHA
Conteúdos
·
Guerra de Canudos
·
Guerra de contestado
·
Cangaço
·
Revolta da vacina
·
Revolta da chibata
GUERRA
DE CANUDOS
Em 1893, quatro anos após a proclamação do Brasil como República, um dos
conflitos mais emblemáticos da história nacional ocorreu no sertão
da Bahia. Liderada por um líder religioso, apelidado de Antônio Conselheiro, a
Guerra de Canudos foi uma revolta de uma comunidade autônoma contra a
exploração e a miséria, que durou quatro anos. Entenda:
Antônio Conselheiro
Antônio Vicente Mendes Maciel nasceu em 1828, na cidade de
Quixeramobim, na então província do Ceará. Filho de comerciante, chegou a estudar
português, francês e latim, tendo assumido os negócios da família após a morte
de seu pai. Algumas fontes citam que ele teria lecionado português, geografia e
aritmética, e que, depois, teria virado caixeiro viajante, casando-se em 1857.
Segundo relatos da época, suas peregrinações
começaram após a fuga de sua mulher com um militar. Movido pela vergonha
e promessa de vingança, suas andanças teriam então começado pelos sertões do
Sergipe. Dando conselhos, restaurando igrejas, construindo outras, levantando
capelas e proferindo profecias, tornou-se o beato de uma massa de sertanejos
que passou a segui-lo e a defendê-lo.
Origem
A região onde foi estabelecido o vilarejo de
Canudos, no interior da Bahia, era marcada por latifúndios improdutivos, secas
cíclicas e desemprego crônico. Diante da extrema miséria, milhares de
sertanejos começaram a migrar para os arredores da Fazenda Canudos, que ficava
às margens do rio Vaza-Barris.
Caráter religioso
A população se organizava ao redor de um líder religioso,
Antônio Vicente Mendes Maciel, apelidado de Antônio Conselheiro. Natural do
Ceará, vagou pelos sertões por 25 anos até se estabelecer em Canudos, em 1893.
Na visão de Conselheiro, a recém-implantada República era uma profanação da
autoridade da Igreja Católica, elegendo governantes sem a legitimação da
Igreja, cobrando impostos de forma violenta, permitindo o casamento civil e
promovendo a separação entre Igreja e Estado.
O estopim
Já em 1893, as relações de Canudos com o governo
começaram a se complicar, quando moradores queimaram documentos oficiais em um
ato de rebeldia contra os impostos. Os governantes passaram a enxergar os cerca
de 25 mil habitantes como fanáticos religiosos e rebeldes monarquistas
perigosos, e deram início a guerra.
A guerra
Na prática, a guerra consistiu em quatro
expedições militares, que mobilizaram 12 mil soldados de 17 estados
brasileiros. Nas três primeiras, os sertanejos resistiram e chegaram a matar o
comandante das tropas federais em combate. Na última, porém, em 1897, o
exército republicano incendiou Canudos e matou grande parte da população e
degolou prisioneiros — a quem havia prometido anistia —, inclusive mulheres e
crianças.
O cadáver de Antônio Conselheiro, que havia
morrido poucos meses antes supostamente de disenteria, foi exumado e teve sua
cabeça decepada.
Destruição de Canudos
A Guerra de Canudos é dividida em quatro
expedições militares, sendo que apenas uma delas, a última, foi
vencedora. Foi também na última expedição militar que Euclides da Cunha esteve
presente e produziu suas anotações que, em 1902, foram publicadas na obra Os
sertões.
Sob rumores de que uma “restauração monarquista”
ameaçava a já conturbada transição da República brasileira, no dia 12 de
novembro de 1896, o tenente Pires Ferreira, liderando uma tropa com pouco mais
de 100 praças e três oficiais, parte de Juazeiro rumo ao arraial de Canudos. No
entanto, nove dias depois, a expedição é atacada de surpresa pelas
forças conselheiristas. Sete praças e dois civis morreram nesse
primeiro embate. Essa notícia provocou uma certa crise política entre civis e
militares que só veio a agravar-se nas expedições seguintes.
A segunda expedição
parte no dia 25 de novembro de Juazeiro, após, no dia anterior, ter chegado a
notícia da derrota das tropas de Pires Ferreira. Começa, então, a segunda
expedição, liderada dessa vez pelo major Febrônio de Brito, com o contingente
de 609 praças, com o reforço da equipe de artilharia da polícia militar da
Bahia, dois canhões e três metralhadoras.
Os primeiros enfrentamentos só foram ocorrer em
18 de janeiro de 1897, tendo as forças do Arraial, novamente, debelado
a campanha militar, que, dessa vez, registrou a baixa de 10 praças. As
notícias dessas derrotas chegavam ao Rio de Janeiro, capital na época, como uma
derrota da República, em um já conturbado momento político que tinha Prudente
de Morais, o primeiro presidente eleito por voto direito e civil da República
brasileira.
É então que o coronel Moreira César, veterano da Revolta
da Armada, é convocado para “resolver o problema”, que, naquela
altura, havia se agravado demais. Ele reuniu então aproximadamente 1300
homens (entre grupos de artilharia, cavalaria, infantaria) e um
comboio de cargueiro para munição.
No dia 6 de fevereiro de 1897, as tropas chegam a
Salvador, e, no dia 18, estabeleceram-se em Monte Santo, ao lado de Canudos, de
onde partiria o ataque planejado. Tentando pegar os conselheiristas de
surpresa, o coronel Moreira César teria antecipado o ataque que, dessa vez, bombardeou
o povoado, incendiou casas, além de ter atacado a igreja local.
Contudo, o próprio coronel foi ferido em 3 de
março, tendo morrido no dia seguinte. Outro comandante também foi morto, ao
lado das baixas de mais 13 oficiais e mais de uma centena de praças. Os
combatentes de Canudos ainda aproveitaram as artilharias deixadas pelas tropas,
reforçando ainda mais as forças conselheiristas.
Os embates entre lideranças civis e militares,
que já vinham de antes, agravavam-se cada vez mais. Antônio Conselheiro e seus
seguidores passaram a figurar como a maior ameaça à recente e já
fragilizada República do Brasil.
É quando, do Rio de Janeiro, o general Artur
Oscar começa a preparar uma força militar que contou com cerca de 10
mil militares. Após vários assaltos, que receberam reforços de vários
batalhões em agosto, Canudos é tomado pelos militares em 5 de
outubro de 1897.
Todos os combatentes foram degolados, além de
outras atrocidades envolvendo mulheres e crianças. Ao mesmo tempo que as
forças conselheiristas foram derrotadas, não se encontrou nada que
pudesse comprovar as teorias conspiratórias que teriam justificado a investida
contra o arraial.
Era preciso justificar, então, todo aquele
esforço e aquelas mortes patrocinadas pela República. Euclides da Cunha, com a
sua obra já mencionada, contribuiu ainda mais para os questionamentos
posteriores sobre as motivações da destruição de Canudos. Nisso,
os militares e os seus projetos para a República, em crise com os civis, foram,
também, ao final da quarta e última expedição, derrotados.
Guerra do Contestado
A Guerra do Contestado (1912 – 1916) teve lugar na Região Sul do Brasil, entre as fronteiras do Paraná e Santa Catarina, e foi um conflito sócio-político causado pela disputa desses territórios, por isso, recebe o nome de contestado.Causas
O motivo do conflito se deveu ao fato da construção da estrada de ferro que ligaria São Paulo ao Rio Grande do Sul ter deixado muitas pessoas em más condições de vida em detrimento dos interesses dos coronéis e da empresa norte-americana Brazil Railway Company.Com o objetivo de construir a estrada de ferro, a Brazil Railway Company precisava de mão-de-obra, levando, assim, muitas pessoas para a região.
Ao mesmo tempo, o governo cedeu uma grande extensão de terra, cerca de 15 mil metros, nos limites do Estado do Paraná e de Santa Catarina, mas aproveitou o pretexto e desapropriou as terras dos camponeses porque descobriu que poderia lucrar com a erva-mate, bem como com a madeira existente na localidade.
Quando a linha férrea ficou pronta, a empresa não garantiu o regresso das pessoas que tinham se deslocado para a região, permanecendo ali sem qualquer apoio; acresce ainda o fato de os camponeses terem ficado desempregados e sem as suas terras para trabalhar, situações que provocaram o empobrecimento da população dessa região.
O líder
Num momento de grandes dificuldades para a população, surge José Maria de Santo Agostinho, um monge peregrino que se sensibilizou com a situação dos camponeses, os quais respeitavam muito os peregrinos e qualquer movimento messiânico, assim, José Maria logo ganhou adeptos.Sem autorização do governo, José Maria que, entre suas pregações falava do fim do mundo nos anos 2000, era contra a república e tinha fama de curandeiro porque estudava as ervas e com elas auxiliava muitos doentes, fundou uma comunidade a fim de receber os oprimidos – Quadrado Santo, razão pela qual a Guerra do Contestado ficou também conhecida como Guerra Santa.
Preocupado com o desenrolar dos acontecimentos, e alegando que o monge era um desordeiro e um inimigo do governo, este envia soldados para a região a fim de perseguir o monge e seus seguidores, e com o objetivo de desmanchar a comunidade e obrigar a retirada dos camponeses.
A guerra iniciou com o armamento dos soldados contra as ferramentas agrárias dos fazendeiros, o que levou a morte de muitas pessoas, a maior parte camponeses, inclusive do seu líder, que foi morto na Batalha de Irani – local para onde tinham fugido.
Consequências
Depois de conflitos intensos, com muitas mortes, após quatro anos de guerra, é assinado o Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina, no Rio de Janeiro.Surgem as cidades de Mafra, Joaçaba, Chapecó e de Porto União e vai sendo construída uma nova cultura regional no Brasil.
Revolta da Vacina (1904)
A Revolta da Vacina foi uma rebelião popular contra a vacina anti-varíola, ocorrida no Rio de Janeiro, em novembro de 1904.Causas e Consequências
Quando o presidente Rodrigues Alves assumiu o
governo, em 1902, nas ruas da cidade do Rio de Janeiro acumulavam-se toneladas
de lixo. Desta maneira, o vírus da varíola se espalhava. Proliferavam ratos e
mosquitos transmissores de doenças fatais como a peste bubônica e a febre
amarela, que matavam milhares de pessoas anualmente.
Decidido a reurbanizar e sanear a cidade, Rodrigues Alves
nomeou o engenheiro Pereira Passos para prefeito e o médico Oswaldo Cruz para
Diretor da Saúde Pública.Com isso, iniciou a construção de grandes obras
públicas, o alargamento das ruas e avenidas e o combate às doenças.
A reurbanização do Rio de Janeiro, no entanto,
sacrificou as camadas mais pobres da cidade, que foram desalojadas, pois
tiveram seus casebres e cortiços demolidos. A população foi obrigada a mudar
para longe do trabalho e para os morros, incrementando a construção das
favelas. Como resultado das demolições, os aluguéis subiram de preço deixando a
população cada vez mais indignada.
Era necessário combater o mosquito e o rato,
transmissores das principais doenças. Por isso, o intuito central da campanha
era precisamente acabar com os focos das doenças e o lixo acumulado pela
cidade. Primeiro, o governo anunciou que pagaria a população por cada rato que
fosse entregue às autoridades. O resultado foi o surgimento de criadores desses
roedores a fim de conseguirem uma renda extra.
Devido às fraudes, o governo suspendeu a
recompensa pela apreensão dos ratos .Contudo, a campanha de saneamento
realizava-se com autoritarismo, onde as casas eram invadidas e vasculhadas. Não
foi feito nenhum esclarecimento sobre a importância da vacina ou da
higiene.Numa sociedade onde as pessoas se vestiam cobrindo todo o corpo,
mostrar os seus braços para tomar a vacina foi visto como "imoral".
Assim, a insatisfação da população contra o governo foi generalizada,
desencadeando "A Revolta da Vacina".Vacinação Obrigatória
O médico Oswaldo Cruz (1872-1917),
contratado para combater as doenças, impôs vacinação obrigatória contra a varíola, para
todo brasileiro com mais de seis meses de idade.
Cangaço
O Cangaço representou um
movimento social ocorrido no nordeste do país nos séculos XIX e XX, donde os
cangaceiros, grupos de nômades armados que viviam em bandos, demostravam a
insatisfação pelas condições precárias em que a maior parte da população
nordestina se encontrava, posto que o poder estava concentrado nas mãos dos
fazendeiros.
O termo atribuído a esse fenômeno social
“cangaço” deriva de canga, peça de madeira utilizada na cabeça do gado para
fins de transporte. Nesse sentido, se eles eram nômades, carregaram durante
suas caminhadas muitos pertences e por isso, o termo foi escolhido.
Os cangaceiros eram exímios conhecedores da
caatinga, das plantas, dos alimentos, e durante muito tempo (1870 a 1940)
dominaram o sertão nordestino, donde muitos eram protegidos pelos coronéis, em
troca de favores.
História do Cangaço: Resumo
Com a Proclamação da República, em 1889, diversos
problemas sociais, econômicos assolavam o país, sobretudo no Nordeste com o
crescimento da violência, fome e pobreza. Assim, no final do século XIX já se
notava o surgimento de focos de cangaceiros pelo norte e nordeste do país, no
entanto, o movimento do cangaço adquiriu maior coerência e organização no
início do século XX, o qual representou um importante fenômeno social da
história brasileira, constituído por indivíduos empenhados em trazer uma nova
realidade mais inclusiva e igualitária para a população do sertão nordestino.
Sem espanto, utilizando a violência, armados com
espingardas, facas e punhais, os cangaceiros saíam em bandos por diversos
locais do nordeste do país, saqueando fazendas, sequestrando e matando
fazendeiros, impondo respeito por onde passavam.
Foi nesse contexto que a população começou a se
sentir protegida, ficando ao lado dos cangaceiros, símbolos de força e
honradez. Por outro lado, haviam os cangaceiros que atemorizavam populações, os
quais invadiam aldeias roubavam, matavam e estupravam as mulheres.
Os cangaceiros possuíam um estilo próprio: utilizavam
roupas de couro, inclusive chapéus, a fim de se protegerem, tanto da vegetação
grosseira da caatinga quanto dos ataques da polícia, visto que eram perseguidos
constantemente. E foi assim, que o movimento cangaceiro ultrapassou uma década,
demostrando sua força, garra e dedicação.
Lampião e Maria Bonita
Figura revolucionária, considerado o “Rei
do Cangaço” ou “Senhor do Sertão”, Virgulino Ferreira da Silva
(1897-1938), vulgo Lampião, nasceu em Serra Talhada, Pernambuco. Foi ex-coronel
da Guarda Nacional e passou por quase todos os estados do nordeste lutando
contra a injustiça.
Sua mulher, Maria Gomes de Oliveira, vulgo Maria
Bonita (1911-1938) foi um dos ícones do movimento cangaceiro, sendo a primeira
mulher a participar do grupo, a qual lutou bravamente e ficou portanto
conhecida como a “Rainha do Cangaço”.
Ambos foram brutalmente assassinados enquanto
acampavam na Grota de Angicos, em Poço Redondo (Sergipe), numa emboscada dia 27
de julho de 1938 preparada pelas autoridades, na época governados por Getúlio
Vargas. Chegava o fim do casal ícone do cangaço, considerados pelas autoridades
pessoas perigosas: Lampião e Maria Bonita.
Suas cabeças e de seus companheiros foram
expostas como prêmios; somente com a aprovação do Projeto de Lei nº 2.867, de
24 de maio de 1965 as cabeças foram devidamente enterradas.
A morte dos líderes significou o fim do movimento
cangaceiro, o qual se dissipou pelo norte e nordeste; alguns cangaceiros, com
medo de serem degolados se entregaram às autoridades. Para alguns o movimento
teve fim em 1940, com a morte de um dos cangaceiros, amigos de Lampião,
Cristino Gomes da Silva Cleto, conhecido pelo nome: Corisco.
Revolta da Chibata
A Revolta da Chibata foi uma
agitação militar na Marinha do Brasil, ocorrida no Rio de Janeiro, de 22 a 27
de novembro de 1910.A luta contra os castigos físicos, baixos salários e as
péssimas condições de trabalho são as principais causas da revolta.
Contexto Histórico
Na época, vale destacar que na Marinha do Brasil,
os marinheiros eram principalmente os negros escravos recém libertos. Estes
eram submetidos a uma árdua rotina de trabalho em troca de baixos salários.
Qualquer insatisfação era punível e a disciplina
nos navios era mantida pelos oficiais por meio de castigos físicos, dos quais a
“chibatada”, era a punição mais comum.
Apesar de ter sido abolida na maioria das forças
armadas do mundo, os castigos físicos ainda era uma realidade no Brasil.A
insatisfação dos marujos cresceu depois que os oficiais receberam aumentos
salariais, mas não os marinheiros.
ATIVIADE
1)“Não seria exagero dizer que a cidade do Rio de
Janeiro passou, durante a primeira década republicana, pela fase mais
turbulenta de sua existência. Grandes transformações de natureza econômica,
social, política e ideológica, que se gestava há algum tempo, precipitaram-se
com a mudança do regime político e lançaram a capital em febril agitação, que
só começaria a ceder ao final da década.”
(Dentre os movimentos populares que agitaram o
Rio de Janeiro no início do século, um destacou-se: aquele que vinha contrariar
a política de saneamento e de reurbanização da cidade, com a demolição dos
cortiços e quiosques do centro. Esse movimento foi:
a) a Revolta da Chibata;b) a Revolta de Canudos;
c) o movimento do Contestado;
d) a Revolta da Armada;
e) a Revolta da Vacina.
3) Canudos (1893-1897), Contestado (1912-1916),
Juazeiro (1890-1924) e Cangaço (na década de 1920) demonstram que, na Primeira
República,
a) o campo foi palco de intensos
movimentos sociais que, embora heterogêneos, expressavam revolta contra a
miséria e a exclusão social.
b) a oligarquia dominante estava
tão segura de seu poder que não se preocupou muito em reprimir movimentos
carentes de ideias e de organização.
c) os movimentos insurrecionais foram
poucos, mas muito perigosos para o sistema de poder, porque representavam
apenas os pobres.
d) o sistema político, embora
oligárquico, era flexível e aberto o suficiente para integrar e absorver os
descontentamentos sociais.
e) os movimentos sociais
expressavam reivindicações e aspirações de caráter misto, rural e urbano,
articulando milenarismo com anarquismo.
4) Sobre as revoltas no início da
República no Brasil são apresentadas as afirmações seguintes:
I. Entre 1895 e 1897, na fronteira
de Santa Catarina, o beato José Maria liderou camponeses contra o governo, na
conhecida Revolta de Canudos;
II. Em 1904, a população do Rio de
Janeiro se revoltou contra a regulamentação que tornava obrigatória a vacina
contra a varíola;
III. Em 1907, em São Paulo, uma greve
geral de operários, liderados por anarquistas e socialistas, reivindicava
jornada de 8 horas de trabalho;
IV. Em 1908, no sertão da Bahia, os
sertanejos são massacrados por tropas do governo por ameaçarem a ordem pública,
na conhecida Revolta do Contestado;
V. Em 1910, no Rio de Janeiro, os
marinheiros se rebelam, exigindo a supressão dos castigos físicos em vigor na
marinha.
Está correto
o contido apenas em:
a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) I, IV e V.
d) II, III e V.
e) III, IV e V.
5) “Não é por acaso que as
autoridades brasileiras recebem o aplauso unânime das autoridades
internacionais das grandes potências, pela energia implacável e eficaz de sua
política saneadora […]. O mesmo se dá com a repressão dos movimentos populares
de Canudos e do Contestado, que no contexto rural […] significavam praticamente
o mesmo que a Revolta da Vacina no contexto urbano”.
De acordo
com o texto, a Revolta da Vacina, o movimento de Canudos e o do Contestado
foram vistos internacionalmente como:
a) provocados pelo êxodo maciço de
populações saídas do campo rumo às cidades logo após a abolição.
b) retrógrados, pois dificultavam a
modernização do país.
c) decorrentes da política
sanitarista de Oswaldo Cruz.
d) indícios de que a escravidão e o
império chegavam ao fim para dar lugar ao trabalho livre e à república.
e) conservadores, porque ameaçavam
o avanço do capital norte-americano no Brasil.
6) Leia as proposições sobre os
movimentos sociais ocorridos durante a República Velha e identifique com V as
verdadeiras, e com F as falsas.
(__) A Guerra de Canudos (1896/1897)
foi expressão dos conflitos de uma sociedade marcada pelo poder do latifúndio,
sendo caracterizada pela extrema violência da nascente República.
(__) A Revolta da Vacina (1904) foi
uma reação popular ao autoritarismo do projeto de modernização da capital
federal, impondo a destruição de cortiços e a vacinação obrigatória sob forte
repressão policial.
(__) A Revolta da Chibata (1910) foi
um movimento da baixa oficialidade do Exército, exigindo o fim dos castigos
corporais e reivindicando direitos políticos, como o de concorrer a cargos
eletivos.
(__) A Guerra do Contestado
(1914/1916) foi marcada pela organização das Ligas Camponesas, um movimento messiânico
que defendia o fim da República e a adoção das reformas de base.
(__) A Greve Geral de 1917 foi caracterizada
pela influência da ideologia anarquista, a qual propunha a auto-organização dos
trabalhadores em seus sindicatos para enfrentar os patrões e o Estado.
Marque a
sequência CORRETA:
a) VFVFV
b) FVFVF
c) VVFFV
d) FVVVF
e) VFFVV
7) Padre Cícero, prontamente, jurou
lealdade ao Papa e à Constituição republicana do Brasil e, de imediato,
recorreu aos potentados políticos do interior, atitudes com as quais ele, mais
uma vez, desviou de si a hostilidade ambivalente do Estado e da Igreja. Desde
que começara sua querela com a hierarquia eclesiástica do Ceará, em 1891, padre
Cícero, diferentemente de Antônio Conselheiro, inúmeras vezes procurou, obteve
e cultivou a proteção da hierarquia política local.
(Ralph Della
Cava. Milagre em Juazeiro)
O texto
distingue a Canudos, de Antônio Conselheiro, do movimento de Juazeiro, no
Ceará, liderado pelo padre Cícero. Apesar das suas diferenças, percebe-se pelas
atitudes do padre Cícero que ele enfrentava problemas semelhantes aos
confrontados por Antônio Conselheiro no interior da Bahia. Aos olhos de parcela
das elites brasileiras da época, sobretudo litorâneas, estes movimentos:
a) resultaram da reação da
população brasileira à corrupção da Igreja e ao Dogma da Infalibilidade do
Papa.
b) tinham propósitos distintos,
porque padre Cícero era membro da Igreja e Antônio Conselheiro não era cristão.
c) ameaçavam a hierarquia
eclesiástica, a ordem social no interior do país e a estabilidade do regime
político vigente.
d) exprimiam os ideais da
civilização cristã na sua fase de maior desenvolvimento nas sociedades
americanas.
e) eram liderados por políticos
republicanos radicais, insatisfeitos com os rumos tomados pelo governo.
8) Além das funções rituais, a
religião historicamente tem desempenhado o papel de catalisadora do protesto
social. Nos movimentos messiânicos isso ocorre de forma clara, pois estão
ligados a crises de estrutura e organizações sociais.
(Elizete da
Silva, Entre a fé e a política. Nossa História, n.º 30, 2006).
No Brasil
podem ser considerados movimentos messiânicos
a) a Revolta da Chibata e a Coluna
Prestes.
b) a Revolta do Quebra Quilo e a
Questão das Salvações.
c) a Revolta de Canudos e a Guerra
do Contestado.
d) a Revolta dos Mücker e a Guerra
dos Cabanos.
e) a Revolta do Caldeirão e a
Guerra dos Farrapos.
9) Escreva C (correta) ou I
(incorreta) para cada uma das afirmativas abaixo, referentes aos movimentos
sociais rurais no início da República brasileira.
(__) Na Guerra do Contestado, ocorrida
numa região disputada por Santa Catarina e o Paraná, os posseiros lutaram para
não serem expulsos da terra, entregue a uma empresa americana.
(__) O movimento de Canudos, liderado
por Antônio Conselheiro, localizou-se na Bahia e enfrentou a condenação da
Igreja Católica e a repressão do Exército e dos coronéis.
(__) Os jagunços de Antônio
Conselheiro e do Monge José Maria estavam imbuídos de sentimentos e práticas
milenaristas, a exemplo do Sebastianismo.
(__) O repúdio que os fiéis do Contestado e
de Canudos votavam à República se devia à ausência do Estado, de forma
positiva, no dia-a-dia dos sertanejos.
Você obteve:
a) C, I, I e C.
b) I, C, C e I.
c) I, I, C e I.
d) C, C, C e C.
10) Do final do século XIX aos
primeiros trinta anos do século XX, o sistema da República Velha se viu agitado
por uma série de movimentos sociais. Com relação a eles, leia os itens.
I. Movimento dos marinheiros dos
navios de guerra brasileiros, revoltados contra os baixos soldos e os castigos
corporais na Marinha.
II. Conflito entre a população
miserável do nordeste e os grandes fazendeiros apoiados pelo poder público, com
um componente de religiosidade popular.
III. Explosão da insatisfação da
população urbana do Rio de Janeiro contra a carestia, remodelação da cidade e
as medidas sanitárias impostas pelo governo.
IV. Revolta camponesa na região
fronteiriça de Paraná e Santa Catarina, devido a questões de posse de terras,
envolvendo a empresa Brazil Railway e os grandes proprietários locais.
V. Manifestações da baixa oficialidade do
exército que perdurou durante toda a década de 1920 através de inúmeros
movimentos localizados.
Os itens
tratam, respectivamente, dos seguintes movimentos:
a) Guerra de Canudos; Guerra do
Contestado; Tenentismo; Revolta da Chibata; Revolta da Vacina.
b) Revolta da Chibata; Guerra de
Canudos; Revolta da Vacina; Guerra do Contestado; Tenentismo.
c) Tenentismo; Guerra de Canudos;
Revolta da Chibata; Revolta da Vacina; Guerra do Contestado.
d) Revolta da Vacina; Revolta da
Chibata; Guerra do Contestado; Guerra de Canudos; Tenentismo.
e) Guerra do Contestado;
Tenentismo; Revolta da Chibata; Guerra de Canudos; Revolta da Vacina.
11) Na última década do século XIX e
nas duas primeiras do século XX aconteceram duas grandes revoltas populares no
Brasil: a Guerra de Canudos (1893-1897), no sertão da Bahia, e a Guerra do
Contestado (1912-1916), em Santa Catarina. Segundo a historiografia, ambos os
movimentos estavam inseridos no quadro geral do início da República Velha e
tiveram como causas a concentração fundiária, a marginalização social, a
pobreza e a miséria. Assinale a afirmativa correta.
a) As duas revoltas foram rebeliões
contra o governo e suas lideranças pregavam as ideias do socialismo.
b) Ambos os movimentos tiveram um cunho religioso e foram comandados por
líderes messiânicos.
c) Ambas aconteceram em regiões
pobres e abandonadas e contaram com o apoio de algumas lideranças políticas
locais.
d) Os dois movimentos se
disseminaram por uma vasta região e não tiveram uma base geográfica fixa.
e) Apesar da severa repressão, em
ambos os casos os revoltosos atingiram parte expressiva de seus objetivos.
12) O período histórico brasileiro
conhecido como República Velha foi caracterizado por diversas revoltas.
Acerca desse
contexto, analise as afirmações a seguir.
I. A Coluna Prestes foi um movimento de apoio às oligarquias de São Paulo
e Minas Gerais, combatendo os movimentos sociais da República Velha.
II. Na Revolta da Vacina, a população
protestou contra a falta de apoio do governo aos graves problemas de saúde
pública ocorridos na cidade do Rio de Janeiro.
III. A Revolta do Forte de Copacabana estava inserida no movimento
tenentista.
IV. No Rio de Janeiro, uma revolta militar conseguiu acabar com o castigo
de chibatadas que era utilizado na Marinha do Brasil.
V. Canudos
e Contestado foram movimentos sociais de caráter messiânico.
Todas as
afirmações corretas estão
em:
a) I - II - III
b) II - III - V
c) III - IV
d) III - IV - V
13) Entre o final do século XIX e início do
século XX, vários movimentos contestatórios agitaram a jovem República
Brasileira, entre eles, podemos destacar: a Guerra de Canudos, a Revolta da
Chibata e a Revolta do Contestado. Esses movimentos e a reação do governo
ajudavam a consolidar a ideia do “mito fundador republicano”, por um lado,
representado pelas forças da ordem (militares) e, por outro, pelo anti-herói,
do líder popular. Nesse sentido, podemos classificar como anti-heróis,
respectivamente:
a) Oswaldo Cruz, Benjamin Constant
e Manoel Julião.
b) Lampião, Deodoro da Fonseca e
José Maria.
c) Rui Barbosa, Oswaldo Cruz e
Antônio Conselheiro.
d) João Cândido, Duque de Caxias e
Lampião.
e) Antônio Conselheiro, João
Cândido e José Maria.
14) O período de afirmação da
República no Brasil, em especial aquele compreendido entre a última década do
século XIX e as duas primeiras do século XX, foi palco de várias revoltas e
motins que, muitas vezes, manifestavam o descontentamento popular com o novo
regime. Sobre essa realidade, analise as afirmações seguintes:
I. As revoltas se restringiram ao
espaço urbano, demonstrando o conformismo da população rural de então.
II. A Revolta da Vacina (1904) no
Rio de Janeiro é exemplo das manifestações populares na Capital Federal.
III. Canudos foi um exemplo de
agitação no campo a qual conturbou também os anos iniciais do regime
republicano no Brasil.
IV. A Guerra do Contestado
(1912-1916) foi outro exemplo do conflito no campo, tendo como palco o estado
do Pará.
V. A Revolta da Chibata (1910), restrita
ao interior da marinha, também está nesse contexto da jovem república.
Estão CORRETAS
a) I, II e III.
b) II, III e V.
c) I, III e V.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
15) Relacione os movimentos sociais
ocorridos, no Brasil, durante a Primeira República (1889-1930), apresentados na
COLUNA A, às características que os identificam, listadas na COLUNA B.
COLUNA A
1 - Revolta da Vacina (1904)
2 - Guerra de Canudos (1893-1897)
3 - Guerra do Contestado (1912-1916)
COLUNA B
(__) Foi um movimento messiânico,
ocorrido na fronteira entre o Paraná e Santa Catarina.
(__) Foi expressão dos conflitos de
uma sociedade marcada pelo poder do latifúndio, sendo caracterizada pela extrema
violência da nascente República; teve como líder Antônio Conselheiro.
(__) Foi uma reação popular ao autoritarismo
do projeto de modernização da capital federal, cujas obras foram comandadas
pelo prefeito Pereira Passos.
Assinale a
alternativa que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo.
a) 1 – 2 – 3
b) 3 – 1 – 2
c) 2 – 1 – 3
d) 2 – 3 – 1
e) 3 – 2 – 1
16) Durante a Primeira República, os
movimentos de Canudos e do Contestado, o cangaço, as revoltas da Vacina e da
Chibata expressaram
a) a necessidade de democratizar as
instituições, que ainda refletiam o caráter religioso e censitário do Estado.
b) a exclusão política, social e econômica da maioria da população, que
estava submetida às oligarquias.
c) o processo de modernização das
cidades, que excluiu as camadas médias e gerou esses conflitos armados.
d) a influência das ideologias de
esquerda, que também orientavam as greves operárias e o tenentismo.
e) a insatisfação das massas
camponesas, que não tinham acesso à terra produtiva nem o direito de voto.
17) No final do século XIX, o
contexto político brasileiro modificou-se. Com a queda do Império, a oligarquia
do sudeste firmou-se no poder do país, estabelecendo um longo período de
predomínio dos interesses paulistas e mineiros na condução das diretrizes
políticas da República Velha. Em função da centralização de poder no sudeste,
ocorreram diversas revoltas em diferentes estados do Brasil. Dentre estas,
destacam-se
a) a Guerra de Canudos, a Guerra
Federalista, a Greve Geral de 1917, a Guerra do Contestado e a Revolta da
Chibata.
b) a Guerra da Cisplatina, a Guerra
Farroupilha, a Conjuração Baiana, a Guerra do Contestado e a Revolta da
Chibata.
c) a Guerra de Canudos, a Guerra
Federalista, a Conjuração Baiana, a Balaiada e a Confederação do Equador.
d) a Conjuração Baiana, a Guerra
Farroupilha, a Guerra do Contestado, a Revolta da Chibata e o Tenentismo.
e) a Guerra da Cisplatina, a
Conjuração Baiana, a Inconfidência Mineira e a Revolta dos Malês.
18) A análise de movimentos
messiânicos, ocorridos no sertão do Brasil, a exemplo de Canudos (Bahia, 1897),
de revoltas populares urbanas, a exemplo da Revolta da Vacina (Rio de Janeiro,
1904), e da Revolta da Chibata (Navio Minas Gerais da Marinha do Brasil, 1910),
permite demonstrar que
a) do ponto de vista dos dois
brasis, há semelhanças, quando a pobreza, a carência e a exclusão são tomadas
como fator de referência.
b) os fatores religiosos estiveram
presentes na origem de todos eles, demonstrando a força da religiosidade do
brasileiro em suas ações coletivas.
c) as maiores dificuldades
socioeconômicas foram observadas nos movimentos urbanos, comprovando a maior
presença do Brasil pobre nas cidades.
d) a Revolta da Chibata
constituiu-se um fato isolado, pois, em 1910, as questões que distanciavam os
dois brasis já tinham sido superadas.
e) os três movimentos ocorreram por
motivos diferentes, dissociados da classificação dos dois brasis, indicada no
texto.
19) Na capital da oligárquica república
brasileira, no início do século XX, ocorreram duas grandes significativas
rebeliões populares: a "Revolta da Vacina" (1904) e a "Revolta
da Chibata" (1910), que denunciavam o caráter antipopular e antidemocrático
da nova ordem política da nação.
A violência com que as
elites desarticularam esses movimentos, com a morte, prisões e o desterro de
vários dos seus participantes, aponta para as camadas populares as contradições
do que significava ser cidadão numa ordem republicana.
Quais as razões dessas
contradições?
a) A necessidade de modernizar o Brasil e garantir a
"ordem e o progresso" do País.
b) A implantação de um modelo "civilizador"
"cientificista" e "universal", que considerava as camadas
populares e suas culturas como coisas "rudes" e
"selvagens".
c) A necessidade de modernizar a saúde pública e
garantir higiene e conforto a toda a sociedade.
d) As contradições entre os interesses da população
negra e os dos marinheiros da "armada brasileira".
e) A importação de um modelo de
"civilização" europeu que afirmava o respeito aos valores e culturas
locais.