Atividade nº 9 do Período de
Quarentena
Tema: África: berço da humanidade e da civilização
Leia com atenção os textos 1 e 2 abaixo.
TEXTO 1
As Primeiras Sociedades
Humanas
O crescimento das comunidades, a ampliação de sua
capacidade de produção, o desenvolvimento de novas técnicas
e a luta contra outros grupos teria promovido mudanças nas relações das
primeiras sociedades humanas.
Gradativamente, uma produção
excedente passou a ser estocada.
Uma parte dessa produção era oferecida, como
sacrifício, aos deuses. Os membros da comunidade encarregados das funções religiosas passaram, então, a administrar esse excedente
e as oferendas.
Em algumas sociedades, essas pessoas começaram a se
diferenciar do restante da comunidade. Deixaram de trabalhar diretamente na
produção dos bens e dedicavam-se somente à administração deles. Passaram também
a contar com determinados privilégios sociais. Desfrutando maior conforto e
ocupando-se dos ritos e cerimônias religiosas, esses membros começaram a
diferenciar-se dos das demais pela função social que desempenhavam.
A fertilidade da terra era fundamental para a sobrevivência da comunidade. E essa
fertilidade era atribuída tanto às técnicas agrícolas e de irrigação que se
desenvolviam, quanto à vontade dos deuses. Para convencer os deuses e
demonstrar sua fidelidade, os homens
faziam sacrifícios. Ofereciam
seus produtos. Ao mesmo tempo,
famílias mais antigas e poderosas adquiririam mais prestígios nas decisões
e podiam controlar melhor as áreas de cultivo
e os maiores rebanhos.
Aldeias mais poderosas, com maior número de integrantes ou técnicas guerreiras
mais eficazes, passaram a submeter aldeias menores e mais frágeis.
Para garantir que os agricultores continuassem a
trabalhar na terra e que cedesse parte de sua produção era necessária uma nova
forma de organização política. E novos tipos de funções sociais. Assim criou-se
a classe do homem de armas, guerreiros que estabeleciam o controle e a ordem,
e defendiam as terras de invasores. E a dos sacerdotes,
encarregados da administração.
Inimigos externos, quando derrotados, passaram a ser
incorporados à comunidade como escravos. Quanto mais escravos, menor a
quantidade de trabalho para os membros da comunidade ou para determinadas famílias
da comunidade.
Nas terras das aldeias a propriedade continuava a ser
coletiva. Mas as antigas comunidades passaram a formar uma complexa sociedade
na qual havia diversas camadas sociais:
escravos, camponeses, artesãos,
guerreiros. Acima deles, havia uma camada dominante
composta por sacerdotes.
As decisões, tomadas
anteriormente nas comunidades primitivas a partir da
participação coletiva, passaram a ser tomadas individualmente. A partir de
então surgiria o Estado, organismo que concentraria as funções de governo, que
estabeleceria as regras e leis, promoveria a aplicação da justiça, punindo os
membros da sociedade. E garantiria a exploração do trabalho da grande maioria
da
população por parte de uma pequena minoria.
As primeiras sociedades organizadas em Estados surgiram
em regiões férteis, às margens
de rios que alagavam nos períodos de cheias. O aproveitamento
do solo, de forma a garantir a sobrevivência das comunidades, dependia
de grandes obras, do esforço
concentrado e organizado de muitos homens. A construção de diques, canais e de
sistemas de irrigação que conduzissem a água para regiões menos férteis ficaram
a cargo dos respectivos governos. Era assim que se encontravam muitas
sociedades no IV milênio antes da Era Cristã, à beira das águas, nos vales dos
rios Hoang-Ho e Yang-Tsé, Tigre e Eufrates e Nilo. Cultivando a terra
e criando cidades,
foram organizando a política, a ciência, a arte e a filosofia. Fonte: <http://professordehistoria-leonardo.blogspot.com/2009/07/as-primeiras- sociedades-humanas.html> Acesso em: 01 abr. 2020.
TEXTO 2
A necessidade do resgate
histórico dos povos africanos
É o continente mais pobre do mundo. Em média, um
africano atualmente vive com menos
de dois dólares
por dia. No que se refere à concentração de renda,
estima-se que existem quase 800 milhões de africanos vivendo com menos de um
dólar por dia. Apesar disso, há países e regiões prósperos. A África do Sul,
por exemplo, produz sozinho um quinto das riquezas do continente, graças à
exportação de ouro, minério de ferro, diamante e carvão, além de maciços
investimentos em seu parque industrial. Líbia, Argélia e Egito estão entre os países
que se destacam pela exploração de petróleo e gás natural, produtos cuja
cotação interfere em toda a cadeia
produtiva do planeta.
Eles estão ao norte da árida região do Saara, o maior deserto do
mundo. Com temperaturas superiores a 40ºC, ele representa um terço de todo o
território africano. Curiosamente, uma das faixas de terra mais férteis do
globo fica nessa área, ao longo das margens do rio Nilo.
África Negra
Abaixo, rumo ao sul, está à África Subsaariana, também
chamada de África Negra, palco de guerras civis e conflitos étnico-religiosos. A maior parte deve-se
ao processo de descolonização do continente, entre as décadas de 50 e
70. A África, explorada e dividida entre nações europeias, serviu de apoio ao
desenvolvimento econômico de nações ricas, como: França, Itália, Alemanha e
Reino Unido. Com a saída desses países
do território africano,
foram traçadas novas fronteiras políticas. O problema é que não foram respeitadas as divisões étnicas,
religiosas e linguísticas que existiam anteriormente.
Desde então, cerca de 20 nações já entraram em guerra. As disputas envolvem
não apenas divergências filosóficas ou religiosas, mas também econômicas. As reservas de minérios, que poderiam
impulsionar o desenvolvimento, também são objeto de disputas. Resultado: a
economia da região ainda apresenta o mesmo desempenho da década de 60.
O preconceito da África sem
História
De há muito tempo o continente africano é apresentado
pela imprensa mundial como sendo a área do planeta onde predominam a fome, as
guerras, as epidemias, os extermínios em massa, etc. Em suma, é o lugar mundial
da pobreza e da morte. A causa dessas calamidades é apresentada como sendo inerentes
aos povos africanos, isto é, por estarem ainda no estágio tribal de
desenvolvimento, não conseguem viver "civilizadamente". Nesta visão,
tudo não passa de um processo de auto extinção dos próprios africanos. Todos os
conflitos neste continente são colocados como sendo de caráter étnico ou
tratados como meras
guerras tribais.
Estas concepções tentam encobertar as verdadeiras razões
atuais que provocam estas situações, como também descartam a realidade histórica da África.
Normalmente, quando se fala em História da África pensa-se
no tráfico de escravos,
dando uma falsa imagem de que os africanos só viveram esta realidade. Por conta
disto, levantar algumas questões a respeito do desenvolvimento histórico dos
africanos torna-se fundamental, tanto para entender seu momento atual como para romper com preconceitos já estabelecidos de que na África não houve História antes da presença europeia, mais
claramente, a partir da expansão portuguesa pelo litoral africano no século XV.
O papel de vanguarda tecnológica
da África
Existe certo “mal-estar” no campo da ciência em admitir o fato de que o ser
humano e seus antepassados se originaram na África. Sabe-se hoje que a
humanidade teve seu início neste continente; portanto, foi aí onde as grandes
transformações - que geraram o ser humano atual - se fizeram pela primeira vez.
Do mesmo modo, as principais descobertas tecnológicas realizadas nos princípios
da humanidade são originárias da África - fogo, instrumentos de materiais variados tais como pedras, ossos, madeiras,
etc. - descobertas e invenções que possibilitaram a expansão dessa espécie pelo
planeta e garantiram sua sobrevivência, apesar das dificuldades do meio físico
e das ameaças de outras espécies; portanto, foi na África que o ser humano se
transformou em um ser que fabrica ferramentas (tecnologia) e se diferenciou
consideravelmente das demais espécies.
A África esteve na vanguarda do desenvolvimento da
humanidade não só no seu início como também durante um longo tempo do período
chamado de civilização (época a qual até hoje vivemos); portanto, foi também
nesta parte do planeta que surgiu o que chamamos a primeira civilização humana:
o Egito Antigo. Essa civilização foi
apresentada ao mundo por arqueólogos europeus como sendo um povo de
"raça" branca. Hoje, historiadores africanos já demonstraram que se
tratou de uma civilização de povos negros; na verdade, fora constituída de uma mestiçagem de vários povos africanos
existentes ao sul e norte do vale do rio Nilo.
As grandiosas realizações desta sociedade são por demais divulgadas em meios de comunicações de vários matizes.
Um dos primeiros sistemas de
colonização do mundo
Pouco depois do surgimento dos antigos egípcios
apareceu outra civilização africana chamada de Cuxe
(Cush). A civilização cuxita se localizou no mesmo curso do rio Nilo, porém
mais ao sul numa área denominada Núbia, região de minas de ouro. Durante sua
existência, o Estado cuxita manteve variados tipos de relações internacionais
com o Estado vizinho, o Egito. De início comercial, depois conflitos
territoriais e guerras de fronteiras, posteriormente houve uma invasão egípcia
à região da Núbia e o consequente domínio
sobre os cuxitas
com o objetivo principal de
ter sob seu controle as minas de ouro. Com este acontecimento deu-se um processo
de aculturação dos núbios, isto é, foram obrigados a aceitar a língua, a
escrita, os costumes, as artes e, principalmente, a religião dos dominadores;
portanto, não aconteceu somente a ocupação militar, mas também um fenômeno de dominação ideológica. Enfim, deu-se
uma completa colonização com todos seus requisitos culturais, ideológicos,
econômicos e sociais. Foi um dos mais antigos sistemas de colonização do mundo.
Com o tempo, os cuxitas expulsaram os egípcios e conquistaram sua
independência. O mais interessante é que posteriormente os cuxitas deram o
troco: invadiram o Egito e dominaram esse Estado por meio século tornando-se faraós.
Expansão dos impérios africanos
O processo de criação de Estados e Impérios na África
iniciou-se há muito tempo (Egito: 4000 A.C., Cuxe: 2000 a.C.). Entretanto, esteve
longe de se resumir a essa região ou cronologia. Na parte
ocidental do continente, ao lado do Oceano Atlântico, em torno do grande rio Níger, estados
poderosos sucederam-se ao longo
dos séculos X e XIV, como por exemplo: os reinos de Gana, Mali e Songai. Perto do litoral do Golfo do Benin, povos se organizaram em cidades-estados independentes como os chamados Yorubás e
outros em confederações a exemplo dos Achantis. Mais ao sul, beirando a
floresta equatorial, desenvolveram-se os reinos do Congo e Angola.
Do outro lado do continente, na sua parte
oriental, existiu um Império de nome Monomotapa controlador da rota do
ouro desta área, assim como o foi o reino do Gana na África
Ocidental. Na costa africana oriental, banhada pelo Oceano Índico, desenvolveu-se uma civilização formada por cidades-estados
autônomas e em conflitos pelo domínio dos mares e o comércio internacional com:
árabes, indianos e chineses.
Estes povos, conhecidos como civilização Swahili,
criaram uma cultura tão profundamente enraizada
que até hoje marca os países dessa região da África.
Muitos outros exemplos poderiam ser citados, mas
acredito serem suficientes esses para nos dar uma ideia de sua variedade e
complexidade. Vale ressaltar que todas estas civilizações tiveram sua lógica de
surgimento, desenvolvimento, decadência e sucessão, como acontecia em todas as
regiões do planeta onde houvesse
a existência de sociedades humanas.
Portanto, os africanos não foram diferentes, neste
aspecto mais geral do desenvolvimento das sociedades, dos povos da Europa, Ásia
e América.
A luta de classes dentro da
África
Em outro ângulo de análise, a África foi pioneira na
criação do que se convencionou chamar de "civilização", o momento
pelo qual surge o Estado, as grandes cidades, as artes
"sofisticadas", as obras arquitetônicas de grande porte, etc. Porém,
o aspecto mais importante a ressaltar é o social, a saber, trata-se do período
onde surge a exploração de uns seres humanos por outros; portanto, a existência
das classes sociais. Neste sentido, a luta de classe na África era uma
realidade desde a antiguidade. Com isto, podemos levantar a ideia de que os
conceitos de africanos, negros, "irmãos" etc., não têm muito sentido
para os povos desse continente como nós aqui da
América acreditamos que tenham. Quaisquer termos que ocultem as diferenças culturais ou sociais na África não possuem maior poder de interpretação da realidade. Havia camadas sociais
de privilegiados de um
lado e de oprimidos do outro em várias regiões da África desde muito. Isso
também, mais uma vez, não os diferencia de outros povos do planeta. Portanto,
já existia injustiça social desde tempos remotos no continente africano,
antes, inclusive, de chegarem os invasores externos: árabes e europeus. Vale a
ressalva de que, para qualquer povo africano, invasor era todo aquele que o
desejasse dominar, mesmo sendo um Estado inimigo dentro do próprio continente.
Com base nas informações contidas no texto 1 e 2, responda:
01.
Como se organizaram as primeiras
sociedades humanas?
02.
Relacione dos principais reinos
e civilizações que se organizaram no continente
africano no período da História Antiga:
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Onde encontro o conteúdo
Disponível em: <https://www.acessepiaui.com.br/ver_coluna2/1969/A-Africa-e- o-berco-da-humanidade>Acesso em: 01. abr.
2020.
Disponível em: < https://ceert.org.br/noticias/africa/17310/africa-berco-da- humanidade-e-da-civilizacao>Acesso em: 01.
abr. 2020.
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Depois da atividade
Agora com seu celular ou de um
familiar, grave um pequeno vídeo onde você resumirá os principais aspectos de
sua pesquisa sobre o continente africano.
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Bons Estudos!
#Fiqueemcasa
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